VOYEURISMOS, INDISCRIÇÕES E DESCRIÇÕES
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julho 18, 2009

NO casal com o miúdo da pistola (que já não tem pistola) voltou.
Vinham mais carregados de coisas do que quando partiram. É fácil chegar à conclusão que estiveram na provincia. O carro estacionado de bagageira aberta mais parece um lugar de fruta e legumes.
Depois do homem acartar com tudo para dentro do prédio, foi a vez da mulher, de costas vergadas para trás entrar com a criança ao colo, que dormía sobre o seu ombro.
Fixo a minha atenção no andar, daqui a minutos os estores vão subir, provavelmente as janelas serão abertas para arejar a casa.
Na mouche!
A mulher corre os cortinados para os lados, escancara as vidraças, examina o lixo acumulado no parapeito, espreita o passeio lá embaixo.
Depois começo a vê-la passar rápido, uma marcha contínua de lá para cá e de cá para lá. Anda de certeza a arrumar as coisas que trouxeram, a desemalar, separar roupas, frutas, legumes.
Dele, do marido, nem sombra.
E o miúdo, para não estar à janela a disparar com o seu indicador pequenino e rechonchudo, continua sem dúvida, a dormir o sono dos justos.

2 comentários:

o Reverso disse...

esse miúdo (tão amado pelos pais ?), quando crescer será, talvesz, o quê?

polícia?


assaltante?

ou simplesmente um figurante, de arma em punho, numa série do CSI ?

MagyMay disse...

O marido foi ao circo...ver o palhaço...e depois veio o gato e comeu-o!!!

Como é possível tu não palpitares o óbvio?...masculinidades!!!

Beijo