VOYEURISMOS, INDISCRIÇÕES E DESCRIÇÕES
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julho 02, 2009

NPodería começar por escrever o "Estranho caso do homem que falava sózinho" e a partir daqui desenrolar um policial.
O que vejo sería matéria mais que suficiente. Ou o que não vejo, pois falo do homem do 6ºdto que parece manter uma conversa com alguém que nunca vi.
Sería natural que havendo outra pessoa com ele, pelo menos já a tivesse visto de relance, mas nada, nem sombra, nem silhueta à noite com a luz acesa.
Estou a chegar à conclusão de que este bizarro ser conversa consigo mesmo. Outro solitário como a suicida. Quase me apetece gritar para que os dois se juntem...
Este vizinho da frente fala e em simultâneo desloca-se de um lado para o outro, pára, gesticula, por vezes parece irado, doutras num desespero que lhe deixa os ombros caídos como se carregasse um fardo imenso às costas. Também já o observei de braços abertos, parece fazer uma declaração. Será de amor? Mas a quem, a quem???
É nestes momentos que gostava de ser mosca e ouvir o que ele diz.
Por muito treino que eu tenha neste meu passatempo ainda não consegui atingir a perfeição de saber ler os lábios, ou pelo menos sempre, uma ou outra palavra consigo nitidamente ver e compreender o que dizem e me chega , tristemente, inaudível.
Às vezes está horas naquele diálogo até tarde da noite.
Parece cansar-se por fim.
Será que é por falar para as paredes?
Cada vez mais intrigante...

2 comentários:

audrey disse...

condomínio Amoroza Place?...........

casa de passe disse...

Bem, se quiser bata-lhe à porta e pergunte-lhe se ele não quererá ir ao cinema comigo!

Assim escusava de falar para as paredes!!!

LOULOU