VOYEURISMOS, INDISCRIÇÕES E DESCRIÇÕES
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junho 24, 2009

NDela, da suicida, nem sombra. Que não tenho dúvidas algumas de que se tenha tratado de um rasgo de loucura a atentar contra si mesma.
Tudo devido ao telefonema, estou seguro dessa convicção.
Olhar as janelas que nos oferecem não é um simples movimento de manter os olhos abertos ou adivinhar como é que as pessoas se comportam na intimidade dos seus quartos. Para a maioria dos voyeurs sim, pasto verde para a imaginação masturbadora na procura (in)satisfeita do acto relacional e amoroso que acontece entre duas pessoas ditas normal.
Mas o que é normal?
É normal eu dispender todo o meu tempo livre a ver o tempo dos outros? A resposta imediata aponta para várias sessões de análise comportamental. Isto, se não me arranjarem um trinta e um que me ponha atrás das grades.
Tenho consciência que a minha obssessão é um hobby desviado. Mas não passa disso: passatempo.
Amanhã ou depois a mulher há-de voltar à sua casa.
Hei-de vê-la envergonhada, parada, perdida num mundo qualquer que procurou e não conseguiu atingir. Se tiver familiares e estes forçarem, regressará à sua casa para fazer uma mala pequena de roupa e parte, mais uma vez fazendo a vontade a terceiros.
E o gato?

1 comentário:

casa de passe disse...

O gato, bem o gato pode atirar-se da janela que não morre.

Alice, a Fininha (cada vez mais parva ou talvez não).